quarta-feira, 20 de maio de 2015

Filosofia "Sobre a Questão Judaica"

Karl Marx X Bruno Bauer


"Os judeus alemães almejam a emancipação. Que emancipação almejam? A emancipação cidadã, a emancipação política."


    Marx levanta-se contra Bruno Bauer que, nas suas obras,
solucionava o problema da emancipação dos judeus, privados de direitos políticos na Alemanha, a partir de posições idealistas. 


Segundo Bauer, os judeus deviam primeiramente emancipar-se da sua religião.  

De acordo com Bauer, as demandas religiosas são incompatíveis com a ideia de "Direitos do Homem." A emancipação política verdadeira, para Bauer, requer a abolição da religião.

       "Marx usa o ensaio de Bauer como uma oportunidade para a sua própria análise dos direitos liberais. Marx argumenta que Bauer está equivocado na sua suposição de que num "estado secular" a religião não iria desempenhar um papel proeminente na vida social, e, como exemplo se refere à persistência da religião nos Estados Unidos, que, ao contrário da Prússia, não tinha religião de estado. Na análise de Marx, o "estado secular" não está em oposição à religião, na verdade a pressupõe. A remoção das qualificações de cidadãos relacionadas à religião ou à propriedade não significava a abolição da religião ou da propriedade, apenas introduzia uma nova forma de ver o cidadão desconexo dessas coisas.
1 Nessa nota Marx vai além da questão da liberdade religiosa em direção à sua preocupação maior - a análise de Bauer da "emancipação política." Marx conclui que enquanto indivíduos podem ser 'espiritualmente' e 'politicamente' livres em um estado secular, eles ainda podem estar presos à restrições materiais sobre a sua liberdade pela desigualdade de renda, uma suposição que iria formar mais tarde de sua crítica ao capitalismo." wikipedia


Marx mostrou a inconsistência deste ponto de vista. 


       


       Embora examinando a questão particular da emancipação dos judeus, Marx colocou o problema geral da libertação da humanidade do jugo social e político que pesa sobre ela.         


Simultaneamente estabeleceu a diferença entre a
emancipação política e a emancipação humana. 


      Por emancipação política, entendia Marx, a libertação do homem das "teias feudais" e a proclamação das liberdades democráticas burguesas, realizadas no decurso da revolução burguesa. 


     Em oposição à emancipação política, Marx avançou a tese da emancipação humana, que é a libertação do homem das taras da sociedade civil moderna, a liquidação da desigualdade real, da opressão e do isolamento, a criação de condições tais que os princípios sociais autênticos se sobreponham realmente na sociedade ao egoísmo e à habilidade mútua entre as pessoas. 



PARA REFLEXÃO

 Até que ponto a leitura que se fez da obra de Marx 


(“A Questão Judáica”) influenciou no agravamento do racismo contra judeus na Alemanha?





OS JUDEUS, O ESTADO E A EMANCIPAÇÃO


"Em contramão do que afirmam alguns intelectuais e até mesmo leigos, assim por dizer, Marx não é um anti-semita, pelo contrário ele defende a emancipação dos Judeus sem que os mesmos tenham que abdicar de sua religião. O que propõe Marx é a emancipação do Estado perante a religião, somente um Estado emancipado poderia oferecer a emancipação política e civil para o indivíduo.
Cito:"Ora, aqueles que pretendem ver o "antissemitismo" em Para a questão judaica ignoram e/ou ocultam essas determinações essenciais e se prendem à consideração isolada e descontextualizada da qualificação do judaísmo como o culto do dinheiro" [...] p. 28 (Prefácio por João Paulo Netto em Para a questão judaica).
Nestas afirmações desconexas do antissemitismo de Marx, afirmaria o oposto, Bruno Bauer sim apresentaria "sintomas de uma postura anti-semita", exigindo que o Judeu abdique do judaísmo para que seja civicamente emancipado (Marx fala sobre esta questão na página 44), nas palavras do autor: "O vosso erro era apenas o de que propúnheis o Estado cristão como unicamente verdadeiro e de que não o submeteis à mesma crítica com que considerais o judaísmo".

E PARA (NÃO)CONCLUIR

"É importante ter a compreensão de que o Estado alemão professa o cristianismo e que o judeu encontra-se em oposição a esta situação. Não se trata de um Marx anti-semita, se trata de afirmações e interpretações errôneas e oportunistas a cerca desta obra."


Fonte: 

www.umquedemarx.com.br/2014/04/o-mito-do-marx-anti-semita-emancipacao.html

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